domingo, 20 de março de 2011

O LADO BOM DAS COISAS

Como vocês sabem, procuro ocupar o meu tempo vago para prestar atenção nas coisas que acontecem com as pessoas. Quando eu digo pessoas, me relaciono também – não pelo fato de ser pessoa, claro – mas para tentar achar explicações cabíveis para os meus problemas – se é que tenho problemas. Estamos cercados pela ficção, aquela que nos leva para as mais profundas faces da imaginação. Seja em um filme, um livro, uma novela, comercial, propaganda publicitária, entre outras fontes da ficção, todos nós sentimos a necessidade dela. Engana-se aquele que acha que não gosta de ficção, que não suporta ficção. Uma simples aposta na loteria, que desperta aquele desejo imenso e aquela ansiedade de sair os números apostados por você, de certa forma já é um momento de ficção, tentando tornar o improvável e o indefinido. A imaginação sobre com o que você gastará o dinheiro, caso ganhe, já é ficção. Isso todos nós temos. Planejar algo indefinido, querer alguma coisa que está distante da nossa realidade. A ficção acaba nos mantendo fortalecidos em algumas situações, como em um relacionamento amoroso. Quando amamos a alguém, é natural que queiramos um amor eterno, frase típica de um casal de namorados, ou de recém casados. A empolgação faz com que queiramos que aquele momento gostoso que estamos vivendo jamais acabe, e os planejamentos do futuro vêm em nossas cabeças a todo o momento em que estamos juntos. Esses planejamentos, alimentados pela empolgação e do desejo de que aquilo nunca acabe cria todo um contexto de ficção. Não sabemos se aquilo durará, não sabemos o que vem pela frente, não sabemos de o outro espera o mesmo, mas mesmo assim planejamos, criamos situações inexistentes e acreditamos naquilo – eu também faço isso. Por isso estou pegando essa situação comum como exemplo da minha linha de raciocínio. 

Essa ficção, da qual eu falei praticamente durante todo esse meu texto, acaba sendo útil para nos manter vivos naquilo que cogitamos. Primeiro sonhamos. Depois, queremos. Em outro momento, buscamos aquilo que planejamos, criando imaginação sobre aquilo. Tudo isso envolve a ficção. Toda ficção sadia tem o seu lado bom, mesmo aquela que sabemos que jamais conseguiremos, como, por exemplo, nos tornarmos um Avatar. Por outro lado, o simples fato de assistir a um filme, pode ser que despertamos o interesse do imaginário. Já que não podemos certas coisas na vida real, como saltar de prédio em prédio, soltando teias pelos punhos, igual ao Homem Aranha, podemos, pelo menos, alimentar as nossas imaginações ou, em sonhos, realizarmos o impossível.

Independente de qual seja a ficção, por fim, ela é ferramenta fundamental na construção do nosso subconsciente, ou até mesmo do nosso consciente, pois partindo da nossa ansiedade, a partir daquilo que se imagina, e sobre o despertar da vontade por consequência desta imaginação, a ficção também atua de forma benéfica, dependendo do interesse daquilo que se busca.



Nenhum comentário:

Postar um comentário