quarta-feira, 16 de outubro de 2013

APENAS PROMESSAS



Prometeu o mundo inteiro. Prometi o mundo inteiro.

Prometeu que iria visitar a Europa comigo e eu prometi que as passagens seriam por minha conta.

Prometeu que não brigaria por qualquer coisa e eu prometi que não brigaria por nada.
  
Prometeu que não mais ouviria as amigas, quando viessem dar palpites que só serviriam para destruir o namoro e eu prometi que jamais ouviria qualquer pessoa que ousasse dizer contra o nosso relacionamento.

Prometeu que se casaria comigo e eu prometi que me casaria com ela

Prometeu que guardaria todos os presentes que eu dei e ainda daria durante o nosso namoro e que, quando tivéssemos filhos, contaria a eles todas as histórias que vivemos, sobre os momentos em que aqueles presentes foram dados, e eu prometi que guardaria todas as cartas de amor que recebi dela enquanto namorávamos, a fim de, também, eu poder mostrar aos nossos filhos quando fôssemos pais.

Prometeu que jamais me abandonaria e eu prometi que não procuraria outra mulher, porque ela era tudo que eu sempre quis.

Prometeu que iria envelhecer comigo e eu prometi comprar o par de bengalas.

Prometeu que me amaria para sempre e eu prometi que ela era a mulher da minha vida.

Prometeu morrer logo depois de mim, caso eu morresse primeiro, e eu prometi que iríamos morrer juntos.

Prometemos tudo isso e... Acabou.

Prometemos tanto e nos esquecemos de viver.

Acabou o relacionamento. Acabaram as promessas. Acabou o amor.

Amor não é contrato. Amor é ato. Só vive de promessas quem não sabe realizar. As promessas, ao contrário do que pensam, não são o alimento do relacionamento. Promessa gera medo, gera insegurança, gera pressão, gera compromisso, gera necessidade. Não se mede amor por necessidade.

Amor não é necessidade. Necessidade não garante amor. Medida não garante amor. Enquanto ela se preocupava em medir o amor, eu amava sem medida.

Amor de verdade é amor de mentira, a mesma mentira que não precisa provar a verdade de amar. No meio de tantas verdades, tudo acabou em mentira.

Eu já acreditei em tanta mentira que, hoje, tudo me parece verdade.