segunda-feira, 4 de junho de 2012

LIBERDADE DE DESTINO


É mais fácil culpar o outro a admitir a própria falha. O erro sempre vem acompanhado de disfarce. O motivo de a sua vida estar difícil nunca é pela própria incompetência, pela falta de esforço, pela falta de arriscar, de tentar. O destino fica com a culpa.

Há quem diz que cada um tem a sua trajetória terrena traçada, o rico é rico porque nasceu para ser rico, e o pobre o mesmo motivo. Deus é quem escolhe a aquisição material de cada ser, e a conquista não depende de nós. Se fosse assim, por que existem aqueles que não acreditam em Deus? Já que ele manipula os nossos caminhos, não criaria aqueles que não permitem a influência do Senhor em nossas vidas. A liberdade de crença vem junto com a criação, e a influência dele, segundo a Bíblia, depende da nossa fé e da permissão que cada um concede a ele. Essas passagens já derrubam a idéia de que Deus manipula totalmente as nossas vidas, caso contrário, não teria sentido a nossa existência terrena. Auxiliar, ajudar, iluminar, oferecer conforto espiritual é uma coisa, manipular totalmente é outra. Esse nunca foi o papel de Deus, e nunca será.
Se somos livres, somos auxiliados por Deus e criadores de nossa própria obra. Prospera quem se esforça. Fica na mesmice quem não muda, quem não busca. Culpar a vida é mais fácil.

Não digo que todos nós nascemos com as mesmas oportunidades, ou que todos nós poderíamos ser milionários. Realização pessoal não é isso. O dinheiro traz realizações sim. A experiência e o conhecimento também as trazem. Porém, a abundância de um não completa a falta de outro. Assim como temos exemplos de favelados que hoje são grandes empresários, temos exemplos contrários, pessoas que perderam tudo por falta de administração correta dos bens materiais. Nenhum dos dois casos por culpa do destino. Se Deus quer o bem de todos, não faria uns se afundarem na miséria e outros nadarem em rios de dinheiro. Não tiraria a vida de uns aos vinte anos de idade e de outros aos cento e dois anos, e sim morreríamos todos com a mesma idade. O tempo de vida, a quantidade de aquisições materiais, tudo isso tem ligação com a forma de administração pública de cada local, com a forma de cada um conduzir suas vidas de forma segura e responsável ou não, com a história de cada civilização.

O destino não determina a vida e a morte de ninguém. Se fosse assim, não existiriam os que matam, os que roubam, os que prejudicam o outro. Deus já teria levado todos eles, e viveríamos em verdadeira paz.

A vantagem do ter nem sempre está em harmonia com a arte do ser.