Superar não é esquecer. Superar é
aceitar aquilo que aconteceu e seguir.
Ninguém consegue esquecer os
traumas. Todo trauma da infância é carregado durante a vida toda, querendo ou
não. Ninguém quer, vamos concordar. Mas a vida nem sempre acontece como
queremos.
A morte que não respeita a lei
natural dentro de uma família talvez seja um dos piores traumas que existem. A
mãe e o pai que perde um filho, o avô e a avó que perde um neto, o tio e a tia
que perde um sobrinho, enfim, a morte que vem precocemente aos mais novos, e
não primeiramente aos mais velhos, como seria o mais aceitável. Fatalidade ou
não, é difícil lidar com morte. Depois, talvez, as separações. Membros de uma
mesma família que brigam e se distanciam e casais que se separam são dois
exemplos. São infinidades de acontecimentos ao longo da vida que podem nos
desanimar.
Não existe morte que pode ser
esquecida. Não existe separação que pode ser esquecida. Todas são traumas.
Existem, porém, meios de aceitar aquilo que aconteceu e impedir longas
tristezas ao longo da caminhada terrena.
Não há sofrimento que não possa
ser superado.
Ninguém é totalmente
autossuficiente, que não precise de ajuda, que possa resolver tudo sozinho.
Procurar ajuda não é vergonha, seja ela espiritual, seja na literatura, seja na
religião.
Chorar e cultivar a dor não quer
dizer que a pessoa se importa. Muitos não choram mas sofrem por dentro.
Sofrimento não é regra.
Deixar que a tristeza sufoque ou
não é pessoal, faz parte da motivação diária. Nem todo tipo de ajuda é eficaz,
mas cabe a cada um escolher aquela que gera melhor resultado. Achar que deve
sofrer e ficar desmotivado a viver para o resto da vida é um egoísmo sem
tamanho.
Esquecendo ou não os traumas, o
sofrimento não pode ser duradouro e sufocante. Uma vida infeliz não merece ser
vivida.
A dor não deve ser eterna.
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